quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Pagastes teu preço.

                                        (Leia o texto escutando: Nox Arcana - Night of the Wolf)
Já passava da meia noite e a garota com o livro na mão se encontrava no meio da floresta sozinha, não havia luz e muito menos a luz da lua cheia conseguia invadir a copas das arvores. Era século XVIII, e a menina andava pela clareira que se abria arrastando o vestido branco pelo chão sujo.

Valentine se chamava a garota. Era uma mulher com seus vinte e poucos anos, seios avantajados e uma cintura bem fina marcada pelo espartilho. Cabelo negro e ondulado caindo pelos ombros e lindos olhos castanhos. Seu marido havia se encantando na mesma hora, mas não pode desfrutar do amor de Valentine. E era por isso que a mulher se encontrava ali no meio da floresta sozinha.

A mulher se sentou no chão e abriu o livro na pagina marcada. Era um livro grosso e empoleirado. Trazia um cheiro forte e de torce o nariz. Valentine não se importou começou a lê o livro com a fraca luz da lamparina.  Ela leu em voz alta, as palavras proferidas eram estranhas, nunca ouvidas em todo universo. Mas a mulher não se importou, continuo a ler em voz alta, sombras foram aparecendo a sua volta e criando formas.

Eram sombras encapuzadas com uma capa branca, as capas se encontravam suja de sangue. Valentine não se importou com isso, ela queria outra coisa ali e não eram aquelas sombras. Continuou a proferi as palavras com mais ferocidade, a cada palavra que era dita com mais entonação se percebia que o vestido da mulher se sujava com uma coisa preta, a mancha se alastrava.

As sombras começaram a gritar em uma voz grossa e dançavam em volta da mulher. A mulher mal percebia o que acontecia a sua volta, não via o seu vestido sujo e não percebia o que as sombras faziam.
Silêncio. Um silêncio tomou conta da floresta. Não havia mais palavras para serem lidas, as sombras já não dançavam. E ao longe se escutava um farfalha de roupa, pés pisando na grama molhada. O vestido de 

Valentine já estava completamente sujo. O barulho dos passos se aproximava. O vestido já não podia ser mais sujo. E os passos vinham. A macha preta começou a toma conta do corpo de Valentine. Os passos pararam. Um grito fino.


No começo da clareira se via um homem e no centro da clareira se via uma mulher caída e de olhos totalmente negros e com pentagrama na testa.

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